campo magnético
A ação de campos magnéticos sobre ímanes já era conhecida na antiga civilização chinesa, através do uso da bússola: o desvio da agulha, um pequeno magnete, deve-se ao campo magnético terrestre, manifestado na força magnética que a faz mover.
Qualquer magnete, a Terra inclusive, cria à sua volta uma zona de influência, isto é um campo magnético cujas linhas de campo se assemelham às linhas de campo de um dipolo elétrico (cargas isoladas). São constituídos por dipolos magnéticos designados polo Norte (N) e polo Sul (S). Não existem na natureza nem é possível isolar monopolos magnéticos.
Figura 1 – Linhas de campo magnético criado por um íman em barra
Atualmente vivemos rodeados magnetes, em cada uma das nossas casas, devem ser cerca de uma centena, desde micro-ondas, frigoríficos, televisores, computadores, rádios, etc. Sabemos que um campo magnético pode ser criado por magnetes, mas também por correntes elétricas.
Observemos agora, como campos magnéticos podem ser criados através de corrente elétrica:
- Primeiro, por um fio de cobre de comprimento infinito percorrido por uma corrente I.
Linhas de campo magnético produzidas por uma corrente num fio retilíneo
-Segundo, por uma bobina percorrida por uma corrente elétrica. No interior da bobina o campo magnético é praticamente uniforme, o que torna bastante útil em certos dispositivos. Podemos ver a azul representadas aqui as linhas de campo magnético de parte de uma bobina percorrida por uma corrente constante.
Faraday introduziu a noção de campo para descrever as interações eletromagnéticas e descobriu, em 1831, o fenómeno da indução eletromagnética. Através da simples experiência que revela a existência de uma corrente no fio quando o íman está em movimento em relação a este, concluiu que era a variação de fluxo magnético através da superfície limitada pelo condutor que causava a diferença de potencial aos seus terminais e, consequentemente, a indução de uma corrente nesse condutor. Assim. A Lei de Faraday:
Vivemos rodeados de campos eletromagnéticos. A eletricidade e magnetismo são propriedades intrínsecas da matéria, veja-se que toda a matéria é constituída por átomos e estes possuem eletrões (partículas fundamentais da corrente elétrica) na sua constituição. Existiram sempre, mesmo antes serem usados para desenvolvimento de toda a tecnologia dos últimos anos.
Neste estudo percebemos que os campos produzidos por eletromagnetes produzidos em laboratório não excedem os 20 T. Então coloca-se a questão é muito ou pouco intenso? Pelo que importa encontrar um termo de referência. O campo magnético terrestre varia de 20 µT a 60 µT, não sendo o meso em todos os locais, sendo no nosso concelho de 45 µT.
Contudo, importa referir que o campo magnético terrestre apresenta uma diferença fundamental relativamente ao produzido pela linha de alta tensão (alvo do nosso estudo). O campo magnético terrestre é praticamente constante no tempo, ao passo que o criado pela linha de alta tensão varia no tempo a uma frequência de 50 ciclos por segundo. Este campo magnético variável de valor máximo de induz um campo elétrico, também variável, com efeito no interior do corpo humano. Ora os campos elétricos existem no interior do corpo humano devido ao movimento incessante da matéria, como por exemplo a água, um dipolo elétrico permanente. Como consequência deste movimento é possível estimar valores para o campo elétrico no interior do corpo humano na ordem de 20 000 µV/m, valor muito superior aos efeitos induzidos pelo campo magnético das linhas de transporte.
Bibliografia:
https://donaatraente.wordpress.com/enquadramento-teorico/campo-magnetico/lei-de-biot-savart/
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/campo-magnetico.htm
https://medea.spf.pt/campos-magneticos/
Novo F11; Ventura, Graça; Fiolhais, Manuel e Fiolhais, Carlos, 2016, 1ª Edição, Texto Editores, Lda